Lenda de Oxalá segundo o Candomblé




Orações para Oxalá


Oxalá! Divina manifestação do Bem,
Senhor da perfeita Sabedoria e do Bendito Amor,
Ó ! Vós que recebei o poder do supremo Doador para tudo e todos.

Protegei-nos das ciladas ilusórias do mundo enganador,
Despertai-nos para a realidade da vida imortal,
Sois a imaculada irradiação do Altíssimo,

Vosso nome é só maravilhoso e compassivo, que nos guia; com ternura e esperança, para a Aruanda, Cidade de Luz.

Ai de nós empedernidos, na mais grosseira materialidade,
Afogados em sentimentos inferiores,
Rogamos contritos pela salvação da nossa consciência.
Junto a Vós, trilharemos por caminhos iluminados,
Porque sois a divina pureza, acolhedora e misericordiosa.

Santo Nome, envolvei-nos em sentimentos fraternos de real amor, a fim de chegarmos até Vós,
Oxalá ! Tende pena de nós, tende compaixão…

Êpa, êpa, Babá Oxalá ... 
Ó poderoso Pai Oxalá, o maior dos Orixás, aspiração suprema dos desejos dos nossos corações, encaminhamos até a sua claridade, clareando todos os nossos passos no amanhecer de cada dia.

Que a luz, a eterna luz que o senhor derramou e derrama todos os dias, cubra a cabeça daqueles que a ti estão ligados numa corrente de fé e num só pensamento elevamos as nossas preces.

Oxalá nosso Pai, dai-nos a graça de chorarmos sinceramente nossas faltas cometidas, e com espírito de humildade, nos purificarmos através da fé e da caridade. Que nós consigamos limpar a morada dos nossos corações, desterrando tudo que é mundano, vício, ódio e, maldade, na certeza de que com toda esta humildade alcançaremos o Senhor.
Pai Oxalá, sabeis que a razão humana é fraca, e pode enganar-nos, mas a verdadeira fé não pode ser enganada.

Obrigado Pai Oxalá por tudo que o Senhor nos deu e nos dá. Esperamos todos unidos, que o senhor nos escolha para sermos mais alguns dos vossos íntimos amigos.

Assim seja!




Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo. Porém essa missão não lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas obrigações para outros Orixás e Exu, aos quais ele deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas. Oxalá se pôs a caminho apoiado em um grande cajado, o Paxorô. No momento que deveria ultrapassar a porta do além, encontrou-se com Exu que, descontente porque Oxalá se nega a fazer suas oferendas, resolveu vingar-se, provocando em Oxalá uma sede intensa. Oxalá não teve outro recurso senão o de furar a casca de um tronco de um dendezeiro para saciar sua sede. Era o vinho de palma o qual Oxalá bebeu intensamente, ficou bêbado, não sabia onde estava e caiu adormecido. Apareceu então Olófin-Odùduà que vendo o grande Orixá adormecido roubou-lhe o saco da criação e em seguida foi a procura de Olodumaré, para mostrar o que teria achado e contar em que estado Oxalá se encontrava. Olodumaré disse então que "se ele está nesse estado vá você Odùduà, vá você criar o mundo".
Odùduà foi então em busca da criação e encontrou um universo em água, e aí deixou cair do saco o que estava dentro, era terra. Formou-se então um montinho que ultrapassou a superfície das águas. Então ele colocou a galinha cujo os pés tinham cinco garras, ela começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície da água, onde ciscava, cobria a água e a terra foi alargando cada vez mais, o que em Ioruba se diz IlÈnfè expressão que deu origem ao nome da cidade Ilê Ifé. Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás e tornou-se assim o rei da terra. Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação. Despeitado, procurou Olodumaré, que por sua vez proibiu, como castigo a Oxalá e toda sua família, de beber vinho de palma e de usar azeite de dendê. Mas como consolo lhe deu a tarefa de modelar no barro o corpo dor seres humanos, nos quais ele, Olodumaré insuflaria a vida."


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